sexta-feira, 22 de abril de 2011

Gauss


Este é o Gauss, um poodle muito guerreiro.

Ele já tinha passado por uma cirurgia por causa de cálculo na bexiga e, como se não bastasse, na mesma época começou a apresentar dor no pescoço e a caminhar com dificuldade, quando descobriram que ele tinha também problema de disco intervertebral na região cervical e vários bicos de papagaio pela coluna.

Com os medicamentos, ele até começou a melhorar. Mas infelizmente, voltou a piorar e quando fui atendê-lo pela primeira vez ele estava tetraplégico.

O tratamento recomendado inicialmente foi a cirurgia, mas a família do Gauss relutou e decidiram poupá-lo de mais uma cirurgia e então tentar a recuperação tratando com acupuntura.

Após a primeira sessão ele começou a se arrastar usando as patas da frente, mas a parir daí a recuperação do Gauss foi relativamente lenta. As sessões eram super difíceis, pois o Gauss não gosta muito de ser manipulado e era frequente se revoltar, até já levamos umas mordidas dele. O cirurgião conversou novamente sobre a cirurgia, mas o Guass tinha muita força de vontade e os seus "pais" estavam determinados em vê-lo recuperado com a acupuntura e foram persistentes. Chegou num momento em que eu mesma comecei a ficar preocupada se o Gauss realmente voltaria a andar.

Depois de 6 sessões, finalmente um sinal de que estava valendo a pena: o Gaus começou a controlar a micção. Dali mais 6 sessões, mais esperança: ele começou a se levantar sozinho e conseguia dar uns 2 passos! A partir daí, os passos foram aumentando, passou a andar pela casa inteira, e hoje ele até arrisca uns pulinhos com as patas de trás.

O Gauss é um grande exemplo de determinação e persistência. Ele é mito forte, colaborou muito, mas certamente se pertencesse a uma outra família, seu destino poderia ter tomado outro rumo. Hoje nos encontramos uma vez por mês para uma "manutenção" e ele está muito bem, não dá pra dizer que ele já esteve tetraplégico.

No final do tratamento ele mudou de visual, por isso parece que são dois cães diferentes, mas é o Gauss mesmo. É só reparar no olhar e no excesso de gostosura que continuam iguais.

domingo, 10 de abril de 2011

Mel




Esta é a Mel, uma doçura de Border Collie como o próprio nome diz.

A mãe da Mel tinha planos de colocá-la numa escolinha de agility mas desde novinha a Mel vinha reclamando de dor na região do quadril, andando torta, com dificuldade de se levantar e nunca conseguia se deitar de barriga pra cima com as pernas abertas.

Ao fazer o raio-x, constatou-se que ela tinha displasia coxo-femoral severa nas duas patas traseiras, e por isso ela tinha tanta dor e os movimentos tão limitados.

Fizemos uma sessão de acupuntura e o resultado pôde ser observado imediatamente. Ela começou a caminhar sem dificuldade, até a carinha dela mudou, pois seu olhar dizia que estava sem dor e feliz por poder brincar.

Por ser muito novinha e esse problema exigir acupuntura pelo rsto da vida e com regularidade, optamos pelo implante de ouro, pois assim ela teria um resultado igual ao que teria com sessões diárias de acupuntura.

O implante está funcionando tão bem, que ela está fazendo coisas que nunca tinha feito, como ficr pulando.

A mãe, a vó, o pai, todo mundo está super feliz, pois agora finalmente a Mel pode ter uma vida normal, digna de uma Border Collie.

Agora que ela está se exercitando bastante, a musculatura da Mel vai ganhar mais massa, e com isso pode ser (não é certeza) que alguns pontinhos de ouro acabem saindo do ponto e aí voltar a apresentar sintomas. Mas se isso de fato vier a acontecer, vai demorar e aí é só refazer o implante que ela continuará feliz e saltitante por muitos anos.

sábado, 9 de abril de 2011

Suli




Esta garotinha é a Suli. Muito lindinha, mas acreditem, o que tem de fofura tem de braveza também.

A Suli foi mais uma vítima daquela doença cruel, a cinomose. No começo foi tratada como problema na coluna, mas depois do diagnóstico correto foi devidamente tratada para eliminar o vírus e só depois veio fazer acupuntura, a fim de tratar a sequela.

Quando vi a Suli pela primeira vez ela estava tetraplégica, completamente incapaz de coordenar seus movimentos e não conseguia nem se arrastar. Além disso, tinha dificuldade para apreender comida, engolir, seu latido tinha ficado bem mais fraco e rouco, não estava dormindo bem à noite e frequentemente ficava com a boca com tiques (mioclonia).

Na segunda sessão a sua famíla já veio mais animda, contando que ela tinha conseguido ficar em pé uma vez. Para quem nem se arrastava, foi uma grande evolução em tão pouco tempo. Nesse mesmo dia ela começou a tomar fitoterapia.

A partir daí, a Suli foi só melhorando: começou a caminhar caindo pra um lado, depois passou a ter mais força nas patas de trás e conseguindo se agachar, passou a dormir bem, seu latido voltou ao normal, ficou com a mastigação perfeita, e até pulando só com a as patas de trás…

Na sétima sessão ela recebeu alta, pois ficou bem mesmo fazendo sessões com intervalo de um mês e suspendendo o fitoterápico.

A recuperação rápida da Suli surpreendeu não somente a seus familiares e os vizinhos, como também à veterinária que cuida dela e até mesmo a mim. O caso dela foi tão legal que levamos um trabalho sobre seu tratamento no último Simpósio de Neurologia Veterinária para todo mundo ver que animais com cinomose têm chance de sobreviver e seguir uma vida com qualidade.

Hoje, quem vê a Suli não diz que ela passou por tudo aquilo, pois está levando uma vida completamente normal.

Sabemos que há muitos cachorrinhos com cinomose ou com sequela de cinomose por aí. Minha esperança é que muitos deles recebam a mesma chance que a Suli teve e possam voltar a ter uma vida feliz.